BOLETIM NUCSI
- NUCSI UCB
- 21 de set. de 2018
- 5 min de leitura
O NUCSI¹ sabe que as vezes acompanhar as notícias do universo internacional é difícil com a rotina da faculdade. Por isso temos mais uma novidade para vocês: o BOLETIM NUCSI 🎉🎊 O Boletim consiste em temas tanto atuais como em curiosidades, com o intuito de abordar os mais variados temas. Serão edições quinzenais e a primeira edição acaba de sair! 📰
Confira o conteúdo desta edição na íntegra:
Guerra Comercial: duas potências e o planeta atento
Por: Aline Sabino, Eliézer Xavier e Marina Oliveira
Novas taxas de juros, manipulações de mercado, pressão e acusações: esses são alguns dos principais fatos dos últimos tempos que contribuíram, e continuam a contribuir, significativamente para a fomentação de uma das guerras comerciais de dimensões alarmantes entre as superpotências do século, EUA e China. A divergência entre os dois países não é atual. Entretanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou uma série de medidas sobre produtos importados ao seu país, o que deixou muitas nações insatisfeitas.
Como começou?
Tais medidas são resultados do chamado ‘America First’ (América Primeiro, em tradução livre), na qual o presidente adota ações protecionistas. Esses atos foram divulgados logo na campanha presidencial de Trump, o mesmo afirmava que o país estava se prejudicando com as normas comerciais em vigor. Agora, já eleito, o presidente aprovou a tarifa de 25% sobre a importação do aço e 20% sobre o alumínio em diversas nações. Sendo assim, essas ações resultaram em uma situação que beira o caos, reverberando outros Estados que mantêm laços estreitos com ambos os lados, o que pode terminar "levando a uma profunda recessão econômica global" segundo o diretor-geral da Organização Mundial de Comércio, Roberto Azevêdo.
O governo americano afirma que essas ações foram tomadas como respostas ao roubo de empregos e de propriedade intelectual e tecnológica por parte da China, assim protegeria o comércio norte americano.

(Presidente dos EUA e da China se cumprimentam: Foto: Reuters)
Qual a posição da China?
O governo chinês, por sua vez, responde com uma sobretaxa aos produtos americanos, pois acredita que tal ato é um ataque ao seu país. Também abre um chamado na OMC (Organização Mundial do Comércio) contra os EUA, pois presume que o mesmo violou as normas da instituição. Em suma, a influência desse embate irá abalar muitos Estados, pois se trata de duas grandes superpotências.
Países como México, União Europeia, Brasil e Canadá foram grandes afetados, porém o governo americano reavaliou e modificou as medidas para os mesmo, já a China, ficou de fora desses ajustes.
A expectativa é que o embate não se prolongue, tendo em vista os malefícios já causados, a economia global pode sofrer com uma recessão, o que não é esperado por nenhum dos lados.
O invisível genocídio dos Rohingyas
Por: Marina Oliveira e Pedro Miguel
Oficialmente denominada República da União de Mianmar, o país asiático tem enfrentado diversos conflitos. Apesar de não ser muito extenso, faz fronteiras com diversos Estados, assim, proporciona uma grande troca cultural, o que resulta numa diversidade étnica. A problemática de Mianmar inicia exatamente desse ponto.
O país foi colônia britânica até 1948, quando se tornou independente. Desde então, Mianmar já passou por diversos sistemas de governos, até que, atualmente, se instalou uma “democracia”. Porém, apesar de valores como igualdade, o extremismo no país resulta milhares de vítimas e causam emigração da etnia Rohingyas e demais minorias. Os Rohingyas são uma minoria étnica muçulmana que fica predominantemente alocada no estado de Rakhine, no oeste do país. Seus membros não são oficialmente reconhecidos pelo governo, e há décadas que essas minorias vêm se queixando de sofrerem discriminação e violência por parte da imensa maioria budista birmanês.
É um conflito puramente religioso?
Segundo alguns analistas, não. A crise é mais motivada por questões políticas e econômicas. O estado de Rakhine é uma das áreas mais pobres do país, apesar de ser imensamente rico em recursos naturais. Assim, a minoria religiosa Rohingya é considerada um gasto adicional para o Estado, ao competirem pelos poucos empregos e oportunidades disponíveis.
O fato de os mesmos não serem considerados sequer cidadãos do país, só acrescenta para a criação de conflitos e agravando cada vez mais a crise. Apesar de ser uma divergência histórica, em 2015 o Exército de Salvação Rohingyas atacou o exército birmanês. A partir de então, o governo os perseguem como terroristas, iniciando uma repressão violenta nos vilarejos desses povos.
Como as Organizações Internacionais se posicionaram?
As Nações Unidas se posicionou afirmando que esse pode ser um caso claro de limpeza étnica, tendo como base a violência de inúmeras formas diferentes. Já que em algumas vezes, ao fugirem do Myanmar, esses refugiados acabam se alocando em países como a Malásia e Bangladesh, na qual são submetidos até mesmo a trabalho escravo.
Apesar da situação humanitária em Mianmar ser alarmante, a comunidade internacional ainda não agiu em prol desse povo, o que é preocupante.

(Chegada dos refugiados em Bangladesh: Foto: Reuters)
A inclusão feminina na luta contra o Estado Islâmico
Por: Isabelle Melo e Kelvin Davidson
A questão curda é bastante relevante na atualidade. É estimado que existam cerca de 30 milhões espalhados por todo o globo. Eles reivindicam a criação do Estado do Curdistão, mas por estarem espalhados são duramente perseguidos e hostilizados em seus países. Além desse entrave, também precisam lidar com o Estado Islâmico, grupo terrorista que viu seu poder expandir exponencialmente na última década.
Quem são os soldados Peshmerga?
Fundado na década de 20, a Força Peshmerga, “aqueles que enfrentam a morte”, é um exército que luta pelo Curdistão, além de ser uma das maiores barreiras para o Estado Islâmico (EI). A princípio, tem como uma de suas premissas a reivindicação de um Estado para os seus cidadãos de acordo com seus ideais, juntamente com a proteção da sua etnia. Em suma, a Força Peshmerga é composta por homens e mulheres, armados, que lutam contra o avanço dos jihadistas.
Qual importância da participação feminina?
O grupo de mulheres que lutam pelo Curdistão, foi criado oficialmente em 1996 com o objetivo primordial de fazer frente aos apoiantes do regime de Saddam Hussein.
Treinadas com um alto grau de eficiência, e com alto conhecimento em matérias militares, políticos e culturais, são atribuídas a elas características de bravura idem aos dos homens e o desejo de vingança contra os que atentam em nome do Islã.

(Soldadas em treinamento: Foto:Reuters)
Treinadas com um alto grau de eficiência, e com alto conhecimento em matérias militares, políticos e culturais, são atribuídas a elas características de bravura idem aos dos homens e o desejo de vingança contra os que atentam em nome do Islã. Embora seja segredo a quantidade de mulheres que compõem a tropaa curda, sua força e participação são muito importantes.
Nesse ínterim, as mulheres de Peshmerga acreditam que lutar é seu dever independentemente da situação em que vivem. Dessa forma, segundo tradições do Estado Islâmico um rebelde ser morto por uma mulher é visto com horror e vergonha, e ainda não entrará para o céu nem terá 72 virgens à sua disposição no paraíso. Apesar disso, as soldadas não desistem da sua causa e continuam a lutar, mesmo sem possuírem espaço na sociedade.
Para baixar o arquivo visual do Boletim NUCSI e em pdf acesse o link: https://drive.google.com/open?id=1yixHX4lhOYqqwCaxrVVj7tukdxndgTg9
¹O NUCSI é um Núcleo de Simulações Internacionais do curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília.
Referências:
Deustche Welle. As combatentes peshmerga. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/ascombatentes-peshmerga/g-17950542>. Acesso em: 9 set. 2018. Folha de São Paulo. China registra superávit comercial recorde com os EUA e alimenta guerra comercial. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/09/china-registra-superavit-comercialrecorde-com-os-eua-e-alimenta-guerracomercial.shtml> Acesso em: 08 set. 2018. DOOLEY, Stacey. As ex-escravas sexuais que viraram soldadas e estão na linha de frente na luta contra o Estado Islâmico. BBC News. Disponível em:<https://www.bbc.com/portuguese/internacional-38648695>. Acesso em: 9 set. 2018.
El Pais. Famintos e amontoados: crise dos refugiados de Mianmar supera capacidade de ajuda humanitária. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/17/internacional/1505660801_923922.html>. Acesso em: 9 set. 2018
Estadão. Guerra comercial é novo risco global. Disponível em: <https://www.google.com.br/amp/s/econo mia.estadao.com.br/noticias/geral,guerracomercial-e-novo-riscoglobal,70002492934.amp> Acesso em: 05 set. 2018. Deutsche Welle. OMC alerta sobre risco de guerra comercial. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/omc-alertasobre-risco-de-guerra-comercial/a42838213>. Acesso em: 07 set. 2018. Sapentia. Os refugiados rohingyas: A crise humanitária no Myanmar. Disponível em: <https://cursosapientia.wordpress.com/2018/03/06/os-refugiados-rohingyas-e-a-crisehumanitaria-em-myanmar/>. Acesso em: 9 set. 2018. Sputnik. Turquia promete formar aliança com Rússia e China na OMC contra tarifas dos EUA. Disponível em: <https://br.sputniknews.com/mundo/2018082012005461-turquia-russia-china-tarifaseua/> Acesso em: 05 de set. 2018.
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