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Os Paradoxos do Desenvolvimento: O Caso das Mudanças Climáticas e Cidades

  • Hélio Carlos Moreira do Vale Filho
  • 7 de jun. de 2017
  • 3 min de leitura

O efeito estufa é um sistema da natureza muito importante, já que ele é responsável por manter o planeta aquecido, possibilitando a manutenção da vida, dado que esse sistema absorve parte da radiação infravermelha. Para que aja o tal efeito são necessários ingredientes fundamentais, sendo esses os chamados gases de efeito estufa (GEE), na qual alguns deles são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), os perfluorcarbonetos (PFC’s) e o vapor de água.


A ocorrência de forma equilibrada do efeito estufa, proporcionando o aquecimento terrestre na medida certa, necessita que os gases GEE na atmosfera estejam equilibrados, ou seja, os GEE precisam estar na medida certa, pois assim eles absorvem apenas a quantidade necessária de radiação infravermelha. Se a quantidade dos GEE aumentar na atmosfera a absorção será maior e consequentemente a temperatura sobe.


A natureza produz espontaneamente e naturalmente a quantidade certa de gases GEE, porém, desde o século XX o aumento dos GEE na atmosfera tem sido muito grande, devido as, cada vez maiores, emissões antropogênicas dos GEE, sendo esse fato, consequência dos rumos que a “evolução” humana tomou, tendo como núcleo, a nova era economocêntrica da Idade moderna e as revoluções industriais que começaram no final do século XVIII.


Homólogo a tudo isso está a ascensão da urbanização da superfície terrestre, que é cada vez maior e mais rápida. Atualmente cerca de 3,6 bilhões de seres humanos vivem em cidades e de acordo com o ritmo do crescimento, estima-se que em 2050 a população citadina mundial será entre 5,6 e 7,1 bilhões de pessoas. E é nessas cidades onde ocorre a maior parte das emissões artificiais dos GEE na atmosfera, visto que elas são o centro de todo o processo desenvolvimentista, econômico e industrial da humanidade.


Já foi dito acima que o aumento da quantidade dos GEE na atmosfera modifica o efeito estufa que tem seu efeito de aquecimento aumentado fazendo com que as temperaturas subam. Se as temperaturas sobem, então o clima e vários outros elementos da natureza que estão interligados se modificam e consequentemente todo o ecossistema planetário pode mudar, sendo que as maiores vítimas serão as próprias cidades, não obstante, a maioria das cidades brasileiras já sofrem com as grandes mudanças no ciclo hidrológico consequentes do aquecimento global desequilibrado, como é visto nas inundações, ondas de calor, falta de água potável e deslizamentos de terra. Ademais “a maioria das cidades brasileiras já tem problemas ambientais associados a padrões de desenvolvimento e transformação de áreas geográficas” (Ribeiro, S.K., Santos, A.S. (Eds.), 2016, p.3).


Tudo isso está contido dentro de uma velha “intriga”, a intriga entre a tripulação e a sua própria nave. Parece engraçada essa analogia, porém é bem séria. A terra é como se fosse uma nave vagando no espaço, os seres humanos são a tripulação dessa nave, os outros seres vivos, como os animais, são os passageiros. Entretanto a tripulação que deveria governar e dirigir a nave, na verdade estão a destruindo, como no exemplo analisado aqui – a enorme emissão de gases GEE – dado que essa enorme emissão permanece, mesmo a humanidade já sabendo que isso pode ser fatal para o funcionamento da “nave”.




Imagem: Frederic Bos


 

Referências Bibliográficas:


PBMC, 2016: Mudanças Climáticas e Cidades. Relatório Especial do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. [Ribeiro, S.K., Santos, A.S. (Eds.)]. PBMC, COPPE – UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. 98p. ISBN: 978-85-285-0344-9.).

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