A Guinada na Relação Washington-Damasco
- Plínio Guedes Júnior
- 17 de abr. de 2017
- 2 min de leitura

Contrariando pesquisas e projeções, a vitória de Donald Trump comporta expectativas e incertezas por parte da sociedade e promete modificar as relações políticas entre Washington e o mundo.
É importante destacar que apesar da derrota no voto popular, o comprometimento do candidato às propostas eleitorais escolhidas foi essencial para sua efetivação como presidente e, recentemente, como mecanismo de continuidade do poder. O ataque estadunidense à base aérea síria de Shayrat nesta quinta-feira (6), retaliação para o horrendo ataque químico à uma cidade síria, foi apoiado por líderes políticos importantes, assim como a OTAN e países como Alemanha, França e o Reino Unido, revelando a primeira circunstância de total apoio à atuação do presidente Trump até então.
É previsto que a ofensiva suscita dúvidas, perplexidade e perspectivas de um possível conflito mundial, tendo em vista o apoio russo ao governo de Assad e o histórico de conflitos de escala global desencadeados por alianças intergovernamentais. Contudo, o Pentágono comunicou, previamente, às forças russas que atuam na Síria sobre o ataque, evitando setores da base onde havia presença russa. Isto posto, a proximidade de um conflito, a priori, é distante, apesar do Kremlin condenar a ofensiva americana e anunciar o fortalecimento das bases antiaéreas sírias.
Adverso da possibilidade de intervenção militar na Síria, ainda na administração de Obama, o bilionário contestava em seu Twitter os ganhos reais da intervenção, além da “legitimidade” do presidente Barack Obama em efetuar ataques ao Estado Islâmico em território Sírio sem aval do congresso, para, milhares de mortes depois e milhões de refugiados deslocados, o presidente ter uma epifania.
Na verdade, o feito de Trump procura confirmar a declaração de que a Casa Branca tem controle das situações na esfera internacional, advertindo opositores de sua política externa como Irã e Coreia do Norte e, francamente, essa mudança na ação americana, antes restrita à ataques ao ISIS, apenas contribui com o aumento do número de refugiados que o presidente Trump se recusa em aceitar, fazendo coro à mania estadunidense de imposição democrática, dando suporte aos rebeldes sírios visando a queda do ditador Bashar Al Assad.
Imagem: Andrea Izzotti
コメント