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Todos querem paz, mas de formas diferentes

Aline Ruthe
26 de out. de 2016
2 min de leitura

Fonte: Site O Sul

Nesse ano o governo da Colômbia tentou uma negociação que objetiva o fim da mais longa guerra civil do Ocidente, o conflito entre o exército colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC. O acordo foi inclusive elogiado pelas grandes potências europeias, EUA e ONU, ademais rendeu ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, o prêmio Nobel da Paz.

Contudo, o acordo foi rejeitado em consulta popular, isso porque o povo se sente insatisfeito com a total anistia dada aos crimes cometidos tanto pelos guerrilheiros quanto pelo exército colombiano pelos crimes de guerra e pelos crimes contra os direitos humanos. O povo colombiano viveu diariamente o terror da perseguição, da exploração e da violência cometida pelas FARC e quer justiça em nome de suas perdas.

As FARC surgiram como um movimento comunista de levante popular, todavia ao longo dos anos pudemos perceber uma dissolução da ideologia. O grupo passou a ser financiado pelo narcotráfico e pelo crime organizado e, inclusive, obriga muitos camponeses a cultivar narcóticos para pagar suas “taxas”. Logo, o povo não é contra o acordo, mas por ter vivenciado ao longo de décadas esse terror, não consegue admitir a impunidade que o acordo traria.

O ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe defende “paz sim, mas não desse jeito”, pois acredita que o povo merece justiça. Justiça essa que seria garantida em uma das cláusulas originais do acordo, que garantia que juízes colombianos e do exterior receberiam a tarefa de julgar os crimes tanto dos guerrilheiros quanto do exército colombiano. Todavia, a cláusula foi um empecilho tanto para o presidente da Colômbia quanto para Timochenko, nome de guerra do mais alto comandante das FARC. Identificam-se três grupos de interesse e para que o acordo seja bem sucedido é necessário que algum deles ceda em algum momento, cabe ao tempo nos dizer qual será.