LACI: Colômbia e as FARC

Aconteceu na sexta feira, dia 21 de outubro, no horário C, mais um Laboratório de Análise de Conjuntura Internacional, o LACI, do NUCSI. Os estudantes dessa vez debateram sobre a Colômbia e as FARC. O debate foi muito caloroso, os alunos levantaram vários pontos e questionamentos importantes sobre o assunto.

Um assunto que não é novo, pelo contrário, a situação do país com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia tem muito tempo, mais de meio século aproximadamente. Entretanto, o assunto ganhou um maior destaque recentemente, porque o governo estava em negociação com as FARC há cerca de 6 anos para formular um acordo de paz e em outubro ocorreu um referendo para a população votar a favor ou contra o acordo.

O interessante foi que no final da apuração o voto ganhador foi o “não”. Os colombianos rejeitaram o acordo de paz do governo com as FARC. Resultado que surpreendeu a muitos no mundo. A população sofre constantemente com sequestros, estupros e assassinatos, são vários os crimes de guerra e contra os direitos humanos cometidos pelos guerrilheiros. E a população não aceita o fato do acordo não prever punição aos criminosos por seus atos contra os colombianos. O sentimento é de injustiça. É um grupo o qual o povo não aceita negociar, não são dignos de serem ouvidos, respeitados e muito menos receberem o direito de exigir algo.

Outro ponto questionado por alguns estudantes foi: Por que só recentemente o governo teve tal iniciativa? Por que só depois de tantas perdas e opressão o governo quis tentar um acordo de paz? As FARC querem ser elegíveis, eles querem espaço na política, terem cadeiras no parlamento, então seria uma forma deles conseguirem tal feito. E o governo? Mostrar seu poder? Sua força para reprimir uma oposição armada? Mostrarem trabalho? Mudarem a fama de um governo que é ausente e não dá apoio à população?

Um dos estudantes propôs que “Podemos não saber agora uma solução para os problemas, mas sabemos a solução para futuros problemas, porque antes de serem as FARC eles eram um grupo que já propagavam esses ideais, ou seja, temos que limitar esses grupos antes deles virarem terroristas”.

Entretanto uma aluna ressaltou muito bem que existe uma linha tênue entre essa limitação e a censura. Afinal de contas como saber até onde essa limitação pode chegar sem ferir direitos básicos de expressão? E assim, outra aluna, lembrou muito bem que dessa forma estaríamos regressando aos tempos de ditadura, em que um grupo de 3 estudantes reunidos já era considerado uma oposição ao governo e eram reprimidos por tal atitude.

Então veio o questionamento “O que faríamos, por exemplo, com os movimentos separatistas? Porque eles se manifestam nas redes sociais com publicações neo-nazistas, mas são pessoas expressando suas opiniões, enquanto eles não ferirem a ninguém não temos como limitá-los, porque eles não fizeram nada de errado”.

O debate entre os alunos foi muito interessante, enriquecedor e pontos importantíssimos foram levantados e outros assuntos foram relacionados para uma melhor análise. Entretanto, os alunos se encontraram em uma situação complicada para que a problemática na Colômbia se resolva. Existe um embate entre o governo, as FARC e os colombianos e é difícil saber como isso terminará.

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