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LACI: Segurança e Globalização

  • Luísa Vasconcelos
  • 15 de set. de 2016
  • 3 min de leitura

Aconteceu na última sexta-feira (09/09), no horário C, o Laboratório de Análise da Conjuntura Internacional do NUCSI, o LACI, em parceria com o Núcleo de Estudos sobre Estratégia, Defesa e Inteligência, NESEDI. A temática abordada pelos estudantes de Relações Internacionais dos núcleos foi Globalização e Segurança.


É importante ressaltar as várias modificações relevantes no sistema internacional na década do século XX e que impactam o século XXI. São modificações que influenciam a todos, inclusive o Brasil. Dessa forma, é significativo entender e estudar o conceito contemporâneo de segurança e as mudanças decorrentes de novas forças que moldam a sociedade, seu modo de vida, a humanidade e as relações internacionais. A partir desse novo entendimento do conceito é possível ver a posição do Brasil e como ele atua no sistema internacional nesse meio.


Segurança é um conceito que se amplia cada vez mais e deixa de ser somente políticas estratégicas nacionais. Tem foco para dentro das fronteiras do país e assim diminuir as vulnerabilidades e também foco para fora do Estado com o intuito de enfraquecer as ameaças externas indo diretamente nas causas e arquitetar planos para saná-las. Durante o debate entre os estudantes termos como transnacionalidade regional, que ganhou maior autonomia, e global e transbordagem foram citados como importantes no contexto de segurança.


Os estudantes do NESEDI começaram explicando o processo de securitização que é quando assuntos não politizados, questões que não possuem peso em segurança, passa a ser politizado, efeito futuro em segurança, em seguida, passa pelo público alvo que é responsável pela legitimação do assunto e dá poder a ele para então enfim ser securitizado e ter relevância na agenda de segurança. Foi estabelecida a compreensão entre os estudantes de que segurança nacional é um problema político em que é necessário se analisar as vulnerabilidades do país e ameaças. E dentro dessa temática foi escolhido falar sobre o terrorismo e que é comumente pensado como algo longe da realidade brasileira, que não teria como atingir os brasileiros e que é exclusividade do Oriente Médio, especificamente Síria e Iraque por serem sedes dos grupos terroristas e países da Europa. Os Estados Europeus colocam o conceito de Segurança em relação ao externo/exterior dos países, além do Estado deles, como, por exemplo, as ações feitas com relação ao Estado Islâmico, uma força externa. Já na América do Sul o conceito seria pensado no interior do Estado.


Perguntas como: Somente o Oriente Médio e o Estado Islâmico seriam enquadrados em terrorismo? E os grupos criminosos do Brasil se enquadrariam? Qual o aprendizado da ABIN e da população quanto à segurança depois das Olimpíadas? Os cartéis do México, as facções criminais nas favelas brasileiras e outros grupos não seriam incluídos dentro desse conceito de terrorismo?


É interessante observar que a discussão, pensamento e estudo do terrorismo no Brasil começou mais por pressão internacional e por conta da Copa do Mundo e das Olimpíadas e consequentemente a Presidenta Dilma em seu governo criou a Lei Anti-terrorismo que possui vários equívocos em sua formulação e que deve ser repensada. E ,além disso, o Brasil possui uma política bem pacifista e neutra, então tal medida foi adotada por pressão. O terrorismo não estar tão longe dos brasileiros foi reforçado no debate devido ao atentado na embaixada de Israel em Buenos Aires, Argentina, um lugar tão próximo do Brasil, do lado, e que existe possibilidade de se alastrar cada vez mais. Foi citado pelos estudantes também que o termo terrorismo surgiu em Israel com atos de vandalismos e acabou se desenvolvendo de outra forma.


O islamismo sofrer preconceito por conta dessas ondas de atentados de autoria do Estado Islâmico também foi levantado, a prevenção do terrorismo, mas fomentação de discursos xenofóbicos sem falar na questão dos refugiados que só aumentam cada vez mais e estão ligados a esses problemas de segurança. Alguns países, inclusive europeus, securitizaram o tema refugiados, já outros países como Brasil não tiveram a mesma percepção e atitude.


O debate foi bastante rico e cheio de questionamentos e posicionamentos e com uma temática bastante interessante e importante ainda mais no contexto que o mundo vive hoje. Os estudantes tiveram uma boa participação e espera-se que mais momentos como esses aconteçam e sejam de muito sucesso.


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